O lançamento do ChatGPT fez com que a inteligência artificial generativa se tornasse um tema recorrente nas discussões sobre tendências e mudanças para os próximos anos. Essa popularidade é justificada, uma vez que essa nova tecnologia reduz os custos e otimiza a resolução de problemas, além de ter impacto na cognição humana.
Segundo Karim Lakhani, professor da Harvard Business School e especialista em gestão de tecnologia, inovação, transformação digital e inteligência artificial, as IAs generativas são consideradas “tecnologias de fundação” que têm o poder de transformar diferentes aspectos da vida humana e possibilitam múltiplas aplicações.
A exemplo disso, podemos citar a internet, que revolucionou a forma como nos comunicamos por meio dos computadores. Assim como ela reduziu drasticamente os custos de transmissão de informação, abrindo espaço para o desenvolvimento do mundo digital que conhecemos hoje.
No caso da inteligência artificial generativa, a redução ocorre no custo da cognição e resolução de problemas. Isso representa um choque para todos nós porque pode igualar os níveis de desempenho em diversas áreas. É uma democratização do conhecimento que afetará principalmente os trabalhadores do setor do conhecimento.
De acordo com Lakhani, a popularidade da IA generativa vem do fato de já contar com diversos casos práticos e vantagens mais evidentes se comparada a outras tecnologias fundamentais como o blockchain, por exemplo. Embora também seja uma tecnologia promissora, o blockchain tem tido um processo mais lento de disseminação e adoção.
É importante ressaltar que a IA generativa ainda está em desenvolvimento e enfrenta desafios, como os vieses. O professor compara sua criação com a invenção do automóvel: no começo, os carros eram ruins e disfuncionais, mas conforme o tempo passou, eles transformaram o mundo. Da mesma forma, a inteligência artificial generativa acaba de nascer e precisa ser aprimorada, com redução de vieses e criação de infraestrutura adequada.
As vantagens da IA generativa são perceptíveis na rapidez e eficiência com que realiza tarefas, impulsionando o desempenho. De acordo com as pesquisas do professor Lakhani, essas ferramentas são especialmente benéficas para pessoas criativas e para aquelas que possuem habilidades acima da média em suas áreas de atuação. No entanto, ainda não sabemos todas as possibilidades nem onde ela é mais eficiente.
O uso da inteligência artificial generativa tem mostrado bons resultados na geração de novas ideias e classificação de informações, mas apresenta desempenho aquém nas tarefas analíticas e na identificação de erros. Por isso, Lakhani aposta em um uso mais intensivo dessa tecnologia nas indústrias que demandam resolução de problemas.
Embora pesquisas apontem que 90% dos trabalhadores já tenham utilizado inteligências artificiais generativas e cerca de 70% acreditem que elas irão mudar seus trabalhos nos próximos três anos, apenas 10% afirmam utilizá-las diariamente. Existe uma lacuna entre o conhecimento sobre essa tecnologia e sua aplicação prática por parte dos profissionais. É necessário superar o medo, aprimorar as habilidades e dedicar tempo à aprendizagem dessas ferramentas.
A resistência em relação à IA generativa pode estar relacionada à percepção de que ela não trará grandes benefícios no dia a dia, ao receio de não saber usá-la adequadamente e até mesmo ao medo de perder o emprego para uma máquina.
No entanto, Lakhani ressalta que é provável que alguns empregos se tornem obsoletos com o avanço dessa tecnologia. Setores como a agricultura já têm experienciado a substituição dos seres humanos por máquinas. É importante investir no conhecimento e na experiência com esses sistemas para entender suas possibilidades. O medo é compreensível, mas negá-lo não é a resposta adequada.
Para aqueles que são avessos à tecnologia, é fundamental superar essa resistência e buscar aprender e se adaptar aos novos tempos. Assim como houve pessoas
