Published on maio 7, 2024, 6:15 am
Recentemente, o secretário de cultura de Salvador, Pedro Tourinho, manifestou sua frustração com a falta de interesse das marcas em investir em eventos culturais diversos e identitários fora do eixo Rio-São Paulo. Em sua iniciativa, Novembro Salvador Capital Afro, a maior parte do financiamento provém da prefeitura (R$ 8 milhões), enquanto o setor privado permaneceu silente até que o próprio secretário provocasse publicamente no LinkedIn.
Tourinho chama atenção para o que ele denomina de “ralo do patrocínio”. Ou seja, as marcas optam por destinar a maior parte de seus orçamentos anuais para grandes festivais vazios e desprovidos de intenção, quando poderiam criar ações mais pertinentes, criativas e autênticas. Esse comportamento revela uma desconexão alarmante entre as marcas e seu propósito, assim como com seu público-alvo.
É válido perguntar: O que leva uma marca a investir em algo? Será que apenas estampar seu nome como forma de presença é mais valioso do que gerar valor através de outras formas de incentivo? Será que apenas ter os “naming rights” é suficiente?
A crise de identidade e propósito das marcas é um tema importante a ser considerado. Embora pessoas jurídicas sejam diferentes das pessoas físicas, elas também são percebidas com atributos semelhantes. Marcas possuem uma imagem própria, uma voz, uma postura, além de ética e presença. São vistas através de uma mistura de razão e emoção.
Descobrir quem somos e qual é nosso propósito no mundo é um trabalho complexo, que pode levar toda uma vida. Contamos com amigos, mentores, psicólogos e várias experiências para nos ajudar a chegar a algum lugar e nos conhecer melhor.
Mas como uma marca descobre sua identidade? Como transformar uma promissora startup eficiente em alguém com quem as pessoas desejam se relacionar? A partir desse ponto, elas podem estabelecer relações significativas com o público e a sociedade e evitar entrar em crise de identidade.
A terapia de marca é um processo que auxilia as empresas a compreenderem sua essência e desenvolverem uma estratégia que reflita sua verdadeira identidade. Por meio de questionamentos e reflexões, define-se o propósito, os valores e a personalidade da marca, criando uma base sólida para sua comunicação e estratégia.
É importante diferenciar a terapia de marca da consultoria de branding. Enquanto esta foca na aplicação prática da criação de elementos visuais (logotipo, cores, tipografia), posicionamento no mercado e construção da estratégia de comunicação, aquela concentra-se no “ser” da marca. Essa jornada do “ser” envolve três passos:
1. Autoconhecimento e resgate da memória e do legado da marca.
2. Compreensão do mundo atual e dos desafios em mostrar quem se é e no que se acredita.
3. Criar e nutrir conexões significativas. Saber onde estar, o que fazer e como não ignorar o mundo ao redor. Afinal, é difícil apresentar quem uma marca verdadeiramente é se aqueles que a lideram não estão atentos ao que acontece no mundo externo.
Portanto, acredite: o “conhece-te a ti mesmo” também é válido para as empresas. Ao investir na terapia de marca, é possível descobrir e desenvolver sua verdadeira identidade, gerando conexões autênticas com seu público e construindo uma legião de fãs fiéis. É hora de sair do superficial e buscar a essência que faz uma marca ser única.
