O uso da inteligência artificial nas campanhas eleitorais: desafios e impactos no processo democrático

Picture of Maurício "o Estagiario"

Maurício "o Estagiario"

Textos otimizado com nossa IA

Published on novembro 14, 2023, 8:44 pm

A campanha eleitoral na Argentina está marcando um novo momento para a região, com o uso em larga escala da inteligência artificial (IA). Essa tecnologia tem sido fundamental na produção de vídeos que se tornaram virais nas últimas semanas em redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube.

Fontes da campanha do candidato peronista Sergio Massa admitiram que ferramentas de IA são essenciais para a equipe de estrategistas que assessoram o candidato. Essa equipe é formada não apenas por argentinos, mas também por brasileiros, americanos e espanhóis.

Por outro lado, fontes da campanha do candidato da direita radical Javier Milei negaram o uso da IA, mas admitiram que sistemas populares atualmente estão sendo utilizados pelos apoiadores do líder do partido A Liberdade Avança.

O uso da IA na campanha ficou evidente com a divulgação de vídeos relacionados a eventos históricos importantes para a Argentina. Por exemplo, foi lançado um vídeo sobre o afundamento do cruzador ARA Belgrano durante a Guerra das Malvinas. O vídeo apresenta personagens de animação representando soldados argentinos na embarcação e a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher dando ordens para o ataque. O vídeo termina com uma mensagem de Massa durante um debate: “Um país não pode ser liderado por quem admira seus inimigos”.

Além disso, foram divulgados vídeos polêmicos criados pelos seguidores do candidato Javier Milei, como aquele que mostra o candidato peronista cheirando cocaína. A campanha de Massa acusou a equipe de Milei de criar deepfakes, vídeos ou áudios manipulados para parecerem reais.

A utilização dos deepfakes na campanha eleitoral acendeu o debate sobre a confiabilidade das informações e a integridade das instituições. Essas manipulações podem afetar drasticamente a opinião pública e levar a uma “anarquia informacional”, como explica o professor Ricardo Campos.

Agustín Huerta, vice-presidente senior de Inovação Digital da multinacional Globant, concorda com a necessidade de regulamentação do uso da IA. Ele destaca que é preocupante quando a IA é usada para criar uma campanha agressiva em vez de discutir propostas.

Na Argentina, assim como em muitos países da América Latina, não há restrições para o uso da IA. Houve debates no Congresso, mas ainda não foram estabelecidas normas específicas sobre seu uso. É um problema global que também existe em outros países ao redor do mundo.

No Brasil, já foram apresentados projetos de lei para combater o uso de deepfakes durante as campanhas eleitorais. O objetivo é tipificar como crime a divulgação desses conteúdos com o intuito de induzir ao erro ou difamar candidatos e partidos políticos.

É importante refletir sobre os impactos da inteligência artificial nas campanhas eleitorais. É necessário buscar um equilíbrio entre as possibilidades oferecidas por essa tecnologia e os princípios éticos e democráticos que devem nortear esse processo. A regulação adequada do uso da IA pode ser fundamental para garantir uma disputa eleitoral justa e transparente.

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Print

Leia mais sobre este assunto:

Conteudize