O uso da inteligência artificial nas campanhas políticas da Argentina: desafios e preocupações.

Maurício "o Estagiario"

Maurício "o Estagiario"

Textos otimizado com nossa IA

Published on novembro 15, 2023, 1:43 am

A campanha eleitoral argentina está trazendo uma grande novidade: o uso da inteligência artificial em larga escala. Segundo fontes da equipe de estrategistas do candidato Sergio Massa, ferramentas de IA estão sendo essenciais no assessoramento do político. Essas ferramentas têm sido utilizadas na produção de vídeos que viralizaram nas redes sociais, como Instagram, TikTok e YouTube.

Já a campanha do candidato Javier Milei negou o uso da IA, porém admitiu que apoiadores estão utilizando sistemas populares atualmente disponíveis.

Um exemplo disso é um vídeo lançado pela campanha de Massa após o último debate entre os dois candidatos. O vídeo aborda um evento traumático para a sociedade argentina: o afundamento do cruzador ARA Belgrano durante a Guerra das Malvinas, em 1982. No vídeo, soldados argentinos são mostrados na embarcação e a então primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, dá a ordem para atacar o Belgrano. Antes do ataque, ouvimos a voz de Milei dizendo que Thatcher foi uma grande líder na história da humanidade. O vídeo termina com Massa dizendo que um país não pode ser liderado por alguém que admira seus inimigos.

Recentemente, um vídeo produzido por seguidores de Milei causou polêmica ao mostrar o candidato peronista cheirando cocaína. A campanha de Massa acusou a equipe de Milei de criar deepfakes – vídeos ou áudios manipulados para parecerem genuínos.

A utilização dos deepfakes tem levantado questões sobre a confiança nas instituições e figuras públicas. Acredita-se que esses vídeos manipulados podem afetar drasticamente a opinião pública.

Agustín Huerta, vice-presidente sênior de Inovação Digital da multinacional Globant concorda que é necessário haver uma regulamentação sobre o uso da IA. No entanto, ele destaca que até agora os esforços nesse sentido têm sido fracassados.

Os vídeos utilizados na campanha argentina buscam aumentar a imagem negativa dos candidatos, em vez de focarem em suas propostas. Isso levanta preocupações sobre o uso agressivo da IA nas campanhas políticas.

No Brasil, o deputado federal Rafael Brito apresentou um projeto de lei para tipificar como crime a divulgação de deepfakes durante as eleições com o objetivo de induzir ao erro o eleitorado ou difamar candidatos.

A Argentina e outros países da América Latina ainda não possuem restrições para o uso da inteligência artificial. Alguns exemplos de regulação no mundo incluem a legislação na China para rotular claramente todo conteúdo gerado artificialmente como deepfake, leis nos Estados Unidos proibindo seu uso em contexto eleitoral e a obrigação de informar quando um conteúdo é gerado artificialmente no AI Act Europeu.

Portanto, é fundamental pensar em maneiras de regular o uso da IA nas campanhas políticas, buscando preservar a confiabilidade das instituições e garantir uma disputa democrática.

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email
Print

Leia mais sobre este assunto:

Conteudize